Inteligência Artificial para PR: dicas para você não viver mais sem ela

Dizem as más línguas que já tem agência de PR usando inteligência artificial para fazer sugestão de pauta. Quem contou o babado foi a blogueira Gini Dietrich do Spin Sucks, um blog famoso do setor de comunicação.

Ela diz que a jornalista Kashmir Hill, do The New York Times, recentemente recebeu um elogio de um assessor de imprensa por ter escrito um livro que não existe. Ao responder ao email do assessor, a jornalista perguntou de onde ele tinha tirado a informação e ele confessou ter usado o ChatGPT sem checar outra fonte.

Moral da história: usar a cabeça ainda não saiu de moda.

Isso quer dizer que o ChatGPT não tem a inteligência que promete ter? A resposta é, no mínimo, curiosa. A IA tem alucinações, esse é o termo utilizado na linguagem de Machine Learning, ou seja, quando recebe um prompt, ou uma sugestão de busca, está treinado a responder alguma coisa. Quando não sabe, inventa.

Como lidar?

Inteligência Artificial não é só uma febre do momento. Chegou chegando, e chegou para ficar. Lançado em novembro de 2022, o ChatGPT em apenas dois meses já tinha 100 milhões de usuários. O Bard, do Google, chegou aqui no Brasil em 13 de julho de 2023, prometendo contar com toda a estrutura dos produtos da gigante de tecnologia.

Nunca se viu tamanha rapidez na adoção de serviços digitais. 

Portanto, para profissionais de PR, que passam horas pesquisando e editando texto, é fundamental aprender a utilizar o poder acelerador das inteligências artificiais para acelerar o processo de criação e aumentar a produtividade. Assim, a galera fica livre para focar no que importa: a estratégia humana por trás das ações de comunicação.

Exemplos de inteligência artificial aplicado para PR:

Taylor - Não, não é a queridinha dos millennials, Taylor Swift. É a ferramenta de IA da PRophet que ajuda profissionais de Relações Públicas a escrever pitches e press releases. O Taylor tem um algoritmo transparente que detalha a lógica por trás da criação dos textos, para que os RPs possam revisar o conteúdo de acordo.

PressHook - o PressHook gera listas de veículos de imprensa e de jornalistas. A Inteligência Artificial é uma mistura de ChatGPT ou Bard com ferramentas conhecidas de cadastro de jornalistas, como Comunique-se, e promete economizar de 3 a 5 horas de trabalho por semana para os profissionais de PR.

Amiga - Com um nome muito sugestivo, essa IA não é para ser sua mais nova confidente e te ouvir falar dos seus dramas de relacionamento. Amiga é uma sigla de Artificial Media Intelligence Generator and Assistant e promete ser uma mistura das duas ferramentas que citamos antes. Com uma base de mais de 5 milhões de press releases reais e dados de mais de um milhão de jornalistas e centenas de milhões de matérias, ela usa esse modelo para gerar pitches personalizados para cada jornalista, com base no seu trabalho anterior. Pode ser um bom ponto de partida, para daí os PRs darem aquele toque pessoal e estratégico pro material antes de espalhar pro mundo.

Owly - Saindo um pouco de assessoria de imprensa e indo para o mundo das redes sociais, o Owly é a mais nova IA da queridinha Hootsuite, conhecida por quem trabalha com social media. A ferramenta gera posts e legendas baseadas em prompts, conteúdo de alguma página da web (o blog da empresa, por exemplo) e até avalia o que tá bombando para reescrever posts com engajamento menor. De novo, é uma mão na roda pra inspirar.

Do's and Don'ts da inteligência artificial aplicada a PR

Para nos ajudar a entender o que devemos e o que não devemos fazer, o PR Council, a versão americana da Abracom, recentemente lançou um código de ética e princípios para a utilização de IA em PR. Vale a pena conferir.

Aqui na SmartPR, criamos o nosso próprio código, inspirado no PR Council e em estudos sobre o impacto de IA em pesquisa. Então vamos lá.

O que fazer

1. Use para encontrar palavras-chave sobre um determinado assunto.
2. Use para editar ou traduzir textos já apurados, o robô é fera nisso.
3. Ótima opção para encontrar bases de dados de pesquisa.
4. Cheque fontes alternativas aos resultados que a IA traz.
5. Revise textos produzidos ou traduzidos pela IA. Ela vai economizar tempo, mas pode trazer erros.

O que não fazer

1. NUNCA publique ou passe para frente NADA produzido pela IA sem olhar, revisar, analisar e incluir o seu olhar estratégico e a sua experiência. 
2. Não coloque qualquer tipo de material de clientes em plataformas ou ferramentas de IA. Qualquer tentativa de busca torna-se informação pública.
3. Não use as sugestões como cópia final para campanhas. Há risco de você infringir leis de copyright. 
4. Não use para criar fake news.
5. Não use para pesquisar listas de fontes sobre um assunto em particular. O robô não tem a capacidade de fazer esse tipo de conexão. 
6. Não use para prever tendências. O ChatGPT, por exemplo, foi lançado no final de 2022, mas a informação só é atualizada até 2021. Já o Bard, é mais atualizado. Ainda assim, vale dar uma boa conferida antes de considerar o que vem da IA.

Embora a Inteligência Artificial possa ser uma ferramenta poderosa, é importante lembrar que ela não substitui a expertise e a intuição humana. Sabe aquela coisa especial que você sente ao ver uma campanha muito criativa ou um texto que mexe com a emoção? É toda a bagagem de risadas e lágrimas de um indivíduo que permitiu isso acontecer. A mesma coisa se aplica para um planejamento bem feito, daqueles que você quer mostrar até pros pais porque atingiu exatamente o ponto que o cliente precisava ou aquele atendimento humanizado, que entende os perrengues pelos quais passa a interface de Marketing ou Comunicação.

A inteligência artificial veio para ficar. Não pode com ela? Junte-se a ela. Mas não se engane. Sai na frente quem souber usá-la como mais uma ferramenta – uma ferramenta hi-tech e muito mais poderosa que as anteriores, é verdade, mas ainda uma ferramenta – para potencializar o que os profissionais de PR tem de melhor: sua criatividade e estratégia.

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